27/08/2022
É tradição dizer que o município de Trindade – Goiás nasceu a partir do encontro entre a fé e a devoção, o que não deixa de ser verdade. Característica muito particular do município, a crença no Divino Pai Eterno fez com que se estruturasse na região o que se conhece hoje como a Capital da Fé dos goianos. A história, porém, relata peculiaridades e curiosidades, que marcaram esse desenvolvimento e que certamente devem ser lembradas.
Com a decadência do ciclo do ouro em Goiás, no início do século XIX, diversas pessoas ligadas ao setor acabaram se voltando para outros meios de sobrevivência. A agricultura e a pecuária naquele momento passaram a ser a saída para muitos (JACÓB, 2000, p.47). Nesse contexto, a região, incluindo onde atualmente se localiza o município, passou a ter certa importância socioeconômica para o Estado – geograficamente Trindade fazia parte do Distrito de Santa Cruz, criado em 1776. O território abrangia todo o Sul de Goiás.
Em 1810, o alferes Joaquim Gomes da Silva instalou a sede de sua fazenda naquele distrito, onde surgiu o povoado de Campininha das Flores —hoje, um bairro de Goiânia — (JACÓB, 2000, p. 48). Acredita-se que por volta de 1830[1] o casal mineiro de agricultores Constantino Xavier e Ana Rosa tenham se mudado para uma região próxima onde existia um córrego de água salobra e barro escuro em suas margens. Foi no Córrego do Barro Preto, cerca de dez anos depois, que toda história de fé se iniciou. Como conta a tradição, os agricultores encontraram um medalhão com a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. A partir daí, famílias de amigos e vizinhos começaram a se reunir para rezar o terço em louvor ao Divino Pai Eterno.